Vozes internas
Recentemente, um artigo dirigido ao mundo corporativo nos chamou a atenção porque falava sobre as vozes internas que nos impedem de delegar. Cada uma das seis vozes identificadas pelo autor era ilustrada por uma declaração característica daquele pensamento: “Isso eu não posso delegar porque seria abrir mão da minha responsabilidade”; “Quer bem feito, faça você mesmo”; “Se eu começar a delegar, o que vai sobrar pra eu fazer?” eram alguns dos exemplos.
Esses comentários, ainda que ficcionais, refletem pensamentos muito comuns a todos nós. O paradoxo que se apresenta é: se de um lado me sinto sobrecarregado e desejando distribuir melhor as tarefas (no trabalho, em casa, na atividade voluntária), por outro, me sinto inseguro em delegar e perder o controle ou em dar oportunidade para que outro se desenvolva. É o tipo de pensamento que pode atrapalhar a gestão de um líder. Delegar, sem dúvida, demanda segurança, coragem e compreensão de que todos têm seu espaço e seu caminho.
O controle das nossas vozes internas é, portanto, fundamental para a conquista da autoconfiança. E com a autoconfiança, sabemos todos, ampliamos nossas chances de sucesso – e aqui não estamos falando apenas do ponto de vista profissional – podem ser metas também metas pessoais, ligadas à saúde (parar de fumar ou perder peso) ou às finanças (economizar para uma viagem ou a compra de um apartamento), por exemplo.
O crítico interno e a crença fortalecedora
O crítico interno é aquele que sempre vem acompanhado de um não. O dono da voz mais pessimista que há, aquela que nos paralisa, que nos desencoraja, que não nos permite seguir em frente nem descobrir e colocar em prática nossas fortalezas. A hiena dos desenhos animados de antigamente traduz esse tipo de pensamento: “Ó vida, ó azar. Isso não vai dar certo”, dizia ela em toda e qualquer situação. A voz crítica é também conhecida como crença limitante ou voz sabotadora no universo do coaching.
Do outro lado está a voz/crença fortalecedora, aquela que te apresenta sua força, seu talento, suas possibilidades. Mas como e onde encontrá-la? Como estabelecer um diálogo entre elas, limitando a força de uma e dando mais espaço à outra? Nossa mente tem de ser nossa maior aliada na busca dos nossos objetivos.
Evidentemente (e infelizmente!), não temos o botão de ligar/desligar nossas vozes. Essa “escuta” atenta está diretamente ligada a um processo de autoconhecimento, que pode ser conduzido com o apoio de um coach, que vai permitir que cada um entenda seus processos internos, como identificar e gerenciar essas vozes.