Coach deve se apresentar como opção para múltiplos grupos etários

Pouco a pouco, os RHs estão conseguindo convencer o comando das empresas do quão saudável e rica é a troca intergeracional. Ou seja: nada de afastar os mais novos dos mais experientes; pelo contrário.

Na prática, isso se reflete na criação de programas de mentoria reversa, em que diretores e CEOs aprendem com os iniciantes a partir de uma agenda formalmente estruturada, com pautas e encontros regulares.

As empresas que estão adotando a ideia acreditam que, além dos benefícios para a comunicação interna, esta seja uma maneira de oferecer aos líderes acesso a informações sobre movimentos, tendências e demandas emergentes e ampliam sua visão sobre questões muito defendidas pelas novas gerações, como inclusão e, diversidade.

Um executivo de uma multinacional do setor de tecnologia, por exemplo, diz ter percebido como a nova geração busca feedback contínuo e quer ter metas mais claras. Menciona também ter notado por meio da troca com sua jovem mentora que o senso de colaboração dos jovens é maior e que eles desejam que seu trabalho tenha um propósito.

O diretor de uma grande farmacêutica diz ter recebido insights muito valiosos sobre sua forma de liderar, além de ter percebido como era necessário deixar o negócio mais digital e acelerado. Para ele, a agilidade e a flexibilidade das gerações mais novas contribuem para o estilo de liderança que a empresa busca estimular.

Como o coach pode contribuir

Este mesmo raciocínio pode ser transportado para o universo do coaching. Sabemos que há no mercado uma corrente que entende que profissionais mais experientes não devem recorrer a programas de coaching, sob a alegação de que um coach mais novo dificilmente agregará algo ao profissional mais sênior.

Está aí a experiência da mentoria reversa para provar o contrário. Esse é um excelente discurso para você, coach, adotar quando em seus discursos de prospecção.

A complementariedade de experiências e a visão de profissionais de diferentes grupos etários é sempre enriquecedora. Afinal de contas, quando buscamos apoio externo, o que procuramos não é exatamente a troca, abrir os olhos para aspectos que não enxergamos, caminhos não vislumbrados, objetivos não identificados?

A lição de casa para o coach poder se apropriar deste discurso com naturalidade e propriedade é manter-se sempre atualizado – e aqui não estamos falando apenas de cursos na área, mas de temas do dia a dia ligados às mais diversas áreas: administração, gestão, comportamento, liderança, tendências de mercado, consumo, saúde.

Desta maneira, você estará apto a se apresentar como uma opção interessante tanto para coachees mais jovens quanto para os mais experientes.

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