A comunicação é ingrediente essencial para o sucesso dos processos de coaching. A relação entre coach e coachee precisa ser de grande proximidade e confiança e depende da interação entre ambas as partes, via comunicação verbal ou não-verbal.
Gestos, expressões, modalidades de voz e entrelinhas dizem muito: apresentam crenças, histórias e trajetória percorrida até ali; indicam desejos e medos. Até mesmo os silêncios são ricos em informação.
Uma pesquisa conduzida pelo laboratório de psicologia da Universidade da Califórnia, nos EUA, indicou as três esferas que compõem a comunicação humana face a face: 55% são mensagens não verbais, 38% acontecem pelo tom de voz e apenas 7% são verbais.
É por meio da comunicação que coach e coachee podem trocar ideias, emoções, objetivos, indicações de caminhos, necessidades de aprofundar (auto)conhecimentos. É fundamental, portanto, que você, que atua como coach, além de ter um cuidado especial com postura, voz, olhar, gestual e percepção aguçada em relação aos demais inputs não verbais, consiga se comunicar verbalmente de maneira clara e efetiva.
Algumas dicas para a comunicação efetiva
Por isso, com base em pesquisas realizadas em alguns livros e plataformas digitais sobre o tema, selecionamos alguns atributos da comunicação efetiva para você aprimorar essa habilidade.
1) Clareza e concisão: é importante que o “outro lado”, o coachee, entenda perfeitamente o objetivo e o conteúdo da sua mensagem. A falta de clareza faz com que o interlocutor tente ler nas entrelinhas ou busque outras interpretações.
O coach deve dar preferência para frases curtas. Selecione a dedo as palavras a serem usadas e evite abrir uma série de parêntesis, que podem levar à perda do foco. Pense que, se algo pode ser dito em duas frases, é esse o espaço a ser dedicado.
Vá direto ao ponto. Não há necessidade de diluir este conteúdo em outras oito frases pela sensação de que é preciso explicar tudo nos mínimos detalhes. Gírias, expressões e exemplos em excesso também atrapalham.
2) Objetividade e assertividade: Se você ainda acredita que a boa comunicação depende do tamanho do texto ou da duração da conversa, esqueça. O coach deve ter em mente que a objetividade e a assertividade da mensagem contribuem positivamente. Relevância, uso de dados de apoio e menção a experiências fortalecem a comunicação.
3) Coerência: estruturar a comunicação em uma ordem lógica pode ser eficiente porque facilita a narrativa e, consequentemente, o entendimento do coachee A coerência é percebida quando os todos os pontos da comunicação estão conectados ao mote principal, sem desvios na rota.
4) Gentileza: é absolutamente necessário tratar o coachee com respeito e gentileza. Sem isso, no lugar de conexão, haverá distanciamento. Na hora do feedback e até mesmo as conversas mais duras podem ser travadas com cortesia e de forma empática
5) Correta: aqui, são dois os sentidos. Primeiro, estamos tratando da necessidade óbvia de utilizar a gramática da forma correta. Segundo, da importância em adequar a comunicação ao perfil do coachee. Para que a conversa seja de fato um diálogo, é necessário que o conteúdo faça sentido para todos os envolvidos.
A efetividade será diferente se o coach abordar um assunto da mesma forma com pessoas de perfis opostos. E, atenção, não estamos falando necessariamente de faixa etária, mas de estilos e backgrounds.
Existem pessoas mais literais, outras mais técnicas; algumas em início de carreira, outras com vinte anos de experiência em cargos de liderança, por exemplo. O repertório e a dinâmica devem mirar no público-alvo.